O lateral-direito do São Paulo, Lucas Farias, conquistou a Copa 2 de Julho pelo segundo ano seguido, pois deu a volta olímpica em 2010 junto com os companheiros da seleção brasileira, contra os colegas do São Paulo, que bateram na trave no ano passado, mas chegaram ao título na segunda participação do clube no torneio.
“Ser bicampeão de qualquer campeonato é muito bom. E o principal disso é o trabalho de amadurecimento para que possamos ser profissionais. E agora ficamos ainda mais animados por vermos tantos jogadores da base na equipe principal (Lucas, Casemiro, Wellington, Luiz Eduardo, Bruno Uvini, Jean) porque o clube já tinha uma base muito boa, mas os jogadores não eram muito aproveitados no profissional. Agora, a gente cai na realidade de que logo em breve podemos estar lá”, disse Lucas, que se espelha no baiano Daniel Alves dentro de campo.
A competição, que é uma das maiores da categoria no País, é realizada pelo Governo do Estado, por meio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia – Sudesb, com o apoio da Federação Baiana de Futebol e dos municípios participantes e busca promover a inclusão social, através do esporte, com a geração de talento e do primeiro emprego para muitos garotos, além de proporcionar à população baiana a oportunidade de acompanhar partidas de alto nível técnico.
O jogo
O Santos chegou à final com moral, por ter vencido todas as oito partidas anteriores. Além disso, grande parte do grupo de jogadores que atuou na Bahia venceu o tricolor do Morumbi duas vezes nos estaduais sub-15 e sub-17. Por outro lado, o São Paulo havia vencido sete jogos e empatado apenas um, contra a ABB.
Quando a bola rolou, não deu nem para analisar o jogo antes que a primeira bola encontrasse a rede. Depois de cobrança de escanteio, o zagueiro Carlos abriu o placar para o São Paulo, com apenas 1 minuto e meio. E o tricolor paulista continuou melhor. Pedro Henrique deu uma grande arrancada, mas foi desarmado com um carrinho, na bola, de Dias.
O Santos reagiu com um bonito chute de longe defendido por Jairo. Para tentar buscar o resultado, o Peixe abriu mão do zagueiro Venício, que foi substituído pelo atacante Victor Andrade, avançando a equipe logo aos 30 minutos do primeiro tempo.
E o time alvinegro continuou evoluindo, principalmente com as jogadas do habilidoso Neilton, que parece seguir o estilo “Ousadia e alegria”, tão propagado por Neymar. “Eu me espelho nele porque ele é um ótimo exemplo. É um jogador muito habilidoso”, disse. Ele usa até o penteado inspirado no atual camisa 11 da Seleção Brasileira e veste a camisa 10, que já foi de Pelé, Ganso, Diego, Giovanni, entre outros. Motivo de sobra para ser logo visado nas partidas. “Já ficam de olho. Na maioria dos jogos aqui, peguei marcação individual, mas, graças a Deus, soube sair bem delas”, contou o jogador.
O São Paulo, então, aos 36 minutos, jogou uma ducha de água gelada nas pretensões do Santos, ao ampliar, depois que Guido fez uma grande defesa, em chute de longe, mas cedeu o escanteio. Na sequencia da jogada, o arqueiro deu rebote e Romário, oportunista como o nome sugere, empurrou para as redes.
O Santos não estava acostumado na Copa 2 de Julho a ter que virar o placar e só tinha levado dois gols em toda a competição. O time, entretanto, não desistia, mas sofreu novamente um duro golpe, quando Paulo Marcelo fez o 13º gol no torneio, após receber um cruzamento da esquerda e fazer o terceiro do São Paulo, aos 12 minutos.
Fatura liquidada? O Santos quis mostrar que não, quando, aos 22 minutos, descontou com um bonito gol de Bruno Lamas, em cobrança de falta de dois toques, chutando firme de fora da área. Seis minutos depois, Victor Andrade colocou fogo no jogo, quando diminuiu para 3 a 2.
Neilton levantou a torcida favorável ao Peixe, quando deu um lindo chapéu no marcador. O Santos ainda perdeu uma chance clara de empatar e o São Paulo, de ampliar. O jogo ficou dramático, mas o tricolor paulista conseguiu comemorar quando o árbitro encerrou o duelo.
Revelação
O objetivo primordial da Copa 2 de Julho, como das outras competições realizadas pelo Governo do Estado, por meio da Sudesb, é a revelação de novos talentos e a geração do primeiro emprego para os garotos que se destacam nestes torneios. Um bom exemplo é Leonardo Souza, da seleção municipal de São Francisco do Conde, que se destacou na campanha da equipe, que chegou entre as oito melhores, ganhou o prêmio de revelação da Copa deste ano, e já se transferiu para o Vitória. “A Copa foi muito importante porque eles já vinham de olho em mim há algum tempo e a boa atuação agora fez com que eles se decidissem por me levar para lá. Aí apenas esperaram a Copa acabar”, disse Leonardo.
Ele não foi o único a ser premiado individualmente. O baiano Guido, revelado pelo Vitória, repetiu o feito de 2010, quando atuou pela seleção brasileira, e recebeu o prêmio de melhor goleiro da competição. Já o volante Allan, do São Paulo, recebeu o troféu de melhor jogador. “Essa Copa é muito organizada e serve para preparar a nossa equipe. Deixa o grupo mais fechado. É a segunda vez que participo e fiquei muito feliz”, disse Allan.
Paulo Marcelo, também do São Paulo, recebeu o troféu de artilheiro da competição, por ter feito 13 gols. Ele assumiu a artilharia isolada ao fazer um gol na decisão, pois estava empatado com Kahuan, do Avaí, enquanto Lourival, do Bahia, fez 10. “Foi muito importante esse prêmio para mim porque ainda faço 16 anos no dia 20. Tive essa chance de jogar já no sub-17 e, graças a Deus, todo o grupo e a diretoria confiaram em mim. Agradeço a todos pela confiança e, se Deus quiser, será o primeiro de muitos títulos e artilharias”, disse.
Ficha Técnica:
São Paulo 3x2 Santos
Gols: Carlos, Romário e Paulo Marcelo (São Paulo) Bruno Lamas e Victor Andrade (Santos)
São Paulo: 12 Jairo, 10 Lucas Farias, 3 Phelipe, 4 Carlos e 6 Arthur; 5 Allan, 8 Matheus Reis, 7 Nelson (13 Almir Gullit); 11 Pedro Henrique (2 Danilo), 18 Romário (9 Lucas Douglas) e 19 Paulo Marcelo (17 Aílton).
Santos: 1 Guido, 4 Caíque, 2 Venício (16 Victor Andrade), 13 Dias e 3 Dutra (15 Leonardo); 5 Pedro Henrique Maratta, 8 Otávio, 10 Neilton (20 Diego); 11 Kauê (17 Crispim), 7 Vitor Hugo e 9 Bruno Lamas.
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